11 de novembro de 2008

Uma esperança...


"Que Iansã leve pra longe os eguns que nos rodeiam,e Exú abra os caminhos para todos nós!!!
Iemanjá há de nos botar no colo e ao som de uma cantiga de Nanã, nos fazer repousar.
Neste momento, Oxum nos cobrirá de perfumes, e essências.
Obá nos trará comidas formidáveis, caçadas por Oxóssi e Ewá.
Ogun, não deixará que nada de mal aconteça à seus filhos, por quê empunhará a espada,
e junto aos raios de Xangô, estaremos livres dos injustos.
Se ficarmos doentes do corpo, Ossain nos socorrerá, mas se for da alma, não nos preocupemos,


Omolú há de mostrarnos que existem feridas mais dolorosas, e então nos daremos conta de que
realmente somos felizes, sem precisar sorrir o tempo todo.
Quando, por fim der vontade de gargalhar, sentaremos ao chão junto aos Ibejis, sob a sombra de uma Irôco,
e eles nos darão lição de como levar a vida de forma leve e graciosa.
Chuparemos balas, e comeremos doces maravilhosos até que cresçamos e aí nos daremos conta do que é o amor.
Neste dia Odé, o mais lindo e perfeito de todos os amantes, nos dirá que esse amor perfeito, que receberemos de outros. não existe, exceto que no deixemos levar por nosso próprio sentimento...
Choraremos lágrimas de sal, abraçaremos travesseiros imaginando estar confortados novamente no útero materno, nos questionaremos entre soluços, e arrependimentos, e nos amaldiçoaremos, implorando para nunca mais sentir essa dor.
Se é que existe mesmo esse tal coração, imploraremos para que ninguém mais o invada!

Mas aí, com a lentidão de Caramujo, sabedoria de ancião, e apoiado em um cajado com ponta de pomba,
ele virá, e nos tomará pela mão.
Nos colocará no colo se for preciso, e nos fará sentir-nos novamente crianças.
Mostrará que a "vida" não é fácil como dizem. Que as escolhas que tomamos um dia, estarão para sempre conosco,
porque o rio segue seu tranquilo, mas até uma folha que cai na água altera seu curso, e isso também é natural.
Nos trará a paz que nosso peito em batidas aceleradas receava perder..
Ainda continuaremos com medo, choraremos mais um pouco, mas nos acalmaremos.
Então voltaremos a ser grandes fisicamente, e Ele se tranformará no guerreiro de espada em punho.
Diremos que somos instáveis, e fracos, mas ele dirá que isso não nos torna diferente de ninguém, ou melhor, que é na diferença com que lidamos com nossos medos que nos tornamos especiais.
Diremos: "Axé babá", e ele então nos deixará, mas não sem a certeza de que quando precisarmos, ele estará ali, mas de que é só usarmos o que ele nos deu de mais precioso pra quando precisarmos aliviar as angústias...
O dom de chorar...
Choraremos agora, entendendo que todo sentimento por pior que seja machucará, mas com a certeza de que a dor
não pode ser pra sempre.
Isso porque temos o direito de escolha de sermos felizes, e a felicidade só dependerá de nós, seja em gestos, atos, carinhos cultivados, ou palavras.
Se seremos felizes pra sempre, aí não saberemos, mas a esperança não pode nos deixar, jamais.
Temos que continuar passando a mensagem que todos os nossos protetores passaram para nós.

Esse talvez seja o segredo de se viver, e ele não pode se perder, por mais que todos achem que o sabem."
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Um comentário:

Pietro disse...

É uma imensa satisfação poder compartilhar um desses mais lindos momentos ao teu lado, coração!

Que o teu viver seja pleno de Luz, Paz e Esperança!

Adjanyn