29 de agosto de 2010

Princesas são fortes...


Princesas africanas são guerreiras.

Princesas africanas são fortes.

Princesas africanas não são enviadas à terra em vão. São seres tão especiais que vêem até nós por um único motivo: Ensinar-nos que em cada silêncio, em cada palavra não dita mora uma vida de sabedoria.

Nahyan’s são mandadas até nós para nos mostrar o quão frágeis são nossas verdades, e aquilo tudo que julgamos como princípios absolutos.

Pobres daqueles que acham que a sensibilidade, ou a timidez, são características ruins a personalidade de alguém.

A sensibilidade neste caso, aliada à força, e a timidez que poucas vezes se separa da sabedoria, transformaram ao longo de alguns poucos anos uma menina assustada de cabelos ruivos, e algumas sardas no rosto, em uma mulher que sabe ser firme quando necessário. Mais do que uma amiga, mais do que uma garota linda, algumas princesas africanas são naturalmente mães.

Mães porque dispensam cuidados e carinhos à todos que estão ao seu redor.

Mães porque naturalmente são especiais, e magníficas companheiras.

Princesas africanas sabem dar colo e carícias, e ao mesmo tempo não perder a oportunidade de lhes atingir com suas verdades, abalando assim as nossas.

Quando eu pensei que sabia tudo sobre uma princesa africana em especial, ela vem e me abala novamente me dando mais uma lição de vida.

Princesas africanas, além de tudo, sabem ser corajosas.

Sabem, apesar de todos os medos que uma mulher comum tem, sabem ser sensíveis ao novo. Sabem esperar com amor o novo fruto que lhes foi entregue como dádiva, ou quem sabe como missão.

Princesa...

“... eu tenho medo... Tenho medo daquilo que desconheço... Tenho medo daquilo que minha vã ignorância acha que não pode controlar.”

Pobre de mim se soubesse que nada em nossas vidas é controlável... Mas ainda assim, uma princesa africana me ensinou que o que vem, por mais que não o conheçamos, ainda pode ser esperado como um presente.

Princesa deixou de se esconder sob a terra.

Princesa agora dança sobre ela, e se mostra como uma deusa.

Pequena princesa, deusa de beleza feminina, acolhe agora uma nova fase dentro de si.

Princesa me ensinou a amar.

Me ensinou a ver que o medo é natural, assim como o amor.

27 de agosto de 2010

**Hany Han - Herança cultural**





HANY HAN


PERU SAN HANA DIN VI KARAN DAGUNAN
VIDA PU KANTRHI SAD BAJAN HID MAYAN...

HANY HAN KARAN HID MAYAN PRADJANAN

TAS MARE HANSARE KARAN DAGUNA DAGUNAN
VIDA PUKANTRHI SAD BAJAN HID MAYAN...

HANY HAN KARAN HID MAYAN PRADJANAN...

Quando quero me fortalecer volto as minhas origens...
Busca a gana, a força, e a sensualidade do meu povo.
Minha herança cultural é minha força de viver!!!

Língua Sânscrito- Herança cultural....

20 de agosto de 2009

Encanto das três raças...




DIA 11 DE SETEMBRO NO CANAL DA MÚSICA...
CURITIBA

APROVEITEM...
o terceiro show da sua trajetória de sucesso.
O sincretismo cultural gerado pela cultura negra, índia e branca, resultado da miscigenação que formou essa nação chamada Brasil, inspirou o Kundun a montar o espetáculo “Encanto de Três Raças”. O espetáculo é produzido pelo Instituto Afrobrasileiro Belmiro de Miranda.
“O ritmo, o canto, a dança, os usos e costumes, na maioria das vezes, passam despercebidos e desconhecemos a riqueza dos vários brasis. A falta de conhecimento que tem como principal causa o preconceito, por exemplo, faz o brasileiro jogar no ostracismo o fato do Brasil ter uma religião essencialmente nacional, que nasceu pela junção das crenças dessas três raças”, chama a atenção do diretor do show Orlando Silva.
Segundo ele, a umbanda completou 100 anos em 2008 e a sua cor passou em branco. Uma cor miscigenada cujo embrião é formado pelo “casamento” das religiões africanas trazidas pelos negros escravizados com a doutrina kardecista, com a pajelança indígena, e com o cristianismo.
Para mostrar esse nascimento o Kundun leva para o palco cinco blocos distintos com 32 danças entre coreografias e solos em 1h15min de duração.
O primeiro será um ritual de purificação com música e dança a partir dos orixás que também se manifestam na umbanda, além do candomblé – Oxossi, Ogum, Oxum, Iansã, Iemanjá, Oxalá e Xangô. Representam os seres elementais da natureza, cuja união, será utilizada como forma de purificação. “A nossa intenção é utilizar essa energia para abrir os caminhos. Que essa abertura tenha uma representação subjetiva para quem estiver no público. Que cada um centre o seu pensamento naquilo que deseja para si e leve essa energia para casa”, explica Orlando Silva.
No segundo bloco o Kundun vai mostrar o ritual da Terra com danças que remetem a rituais indígenas e afro brasileiros. Esse ritual é comum às três raças evidenciadas no show. “Negros, brancos e índios se completam na mãe-terra que nos dá tudo o que precisamos. É o nosso ponto de saída e nosso ponto de retorno”, diz Orlando.
No terceiro bloco o Kundun dança os “Senhores da Mata”, numa analogia entre o equilíbrio e a força de quem faz acontecer. São os orixás Ewa e Obá, os caboclos da mata representados a partir dos falangeiros de Oxossi (7 Flechas, Tupinambá), o orixá protetor da mata.
“É onde se busca a energia da cura, uma característica dos xamãs, pajés e preto-velhos. É na mata que se encontra o equilíbrio da cura do espírito porque ali tem a terra, a água, as plantas medicinais. É comum a negros e índios que cultivam essas plantas nativas no seu habitat, ou sejam, dentro da própria floresta. Foram os jesuítas que retiraram as plantas medicinais da mata e criaram canteiros juntos às casas”, explica.
O quarto bloco traz à tona as festas cristãs começando por uma alusão à espiritualidade e à força das mulheres que vivem na comunidade quilombola Paiol de Telha.
São as mães que o Kundun coloca no palco, numa iniciativa inédita, deixando de lado os estereótipos do bailarino, quebrando barreiras e preconceito. A dança mostra as lides cotidianas da comunidade. “São mães, avós, que por um momento trocam a lavoura, a ordenha, os afazeres domésticos pelo palco. Elas nunca imaginaram que fariam isso na vida e seus filhos estão lhe proporcionando esse momento”, diz Orlando Silva.
O que chama a atenção nesta dança é que as mulheres estão sendo coreografadas pelos filhos (Kunta com apoio de Djankal e Anaxilê).
A coreografia que mostra os anjos e que coloca os bailarinos mirins do Kundun no palco foi criada pela pequena Dinlê Vivian Kely Ribeiro, de apenas 7 anos de idade.
Surgem também os caboclos da crença cristã: São João Maria, São Sebastião e São Gonçalo que, segundo a pesquisa do Grupo Mandorová, eram os santos mais cultuados por seus antepassados.
Esse bloco passa também pela influência estrangeira com a dança da quadrilha nas festas juninas, todas dedicados a santos, passa pelo jongolê e por outras influências que resultam na cultura popular brasileira a partir das três raças.
“Este bloco mostra bem a força do sincretismo, essa miscigenação cultural e religiosa. É uma coisa bem interessante porque as pessoas se dizem católicas, cristãs, mas não deixam de ir a benzedeiras, benzem tormentas com galhos de plantas medicinais, fazem simpatias, acreditam em quebranto, que são práticas pagãs trazidas pelos negros”, observa Orlando Silva.
A quinta e última parte mostra o resultado da junção das crenças que resultou na religião essencialmente brasileira que é a umbanda, uma mistura de cristianismo, kardecismo, pajelança e crenças afrobrasileiras.
“É preciso que as pessoas entendam a beleza dessa união, que é possível quatro crenças distintas contribuam para a formação de uma quinta, sem qualquer preconceito, sem qualquer distinção. É, simplesmente, uma questão de respeito”, diz Orlando Silva.
Para que o público entre no clima do show cada pessoa deverá usar uma peça de roupa branca.
A busca de parcerias em cada show é uma característica do Kundun. No “Encanto das Três Raças” a soma de esforços é com o Grupo Mandorová.

7 de agosto de 2009

Lunan...



Atendendo aos pedidos de amigos, vou escrever sobre alguns integrantes do grupo...

Ao anjo da família... By Pedro Henning

Lunan.. ANJO...

Sozinhos agora, sim, solitários nunca
Somos "anjos", guardiões de nossos momentos


Que "os corvos" não se aproximem de você
Voe mais alto lindo anjo
Que os ventos soprem contigo
E o canto dos mais belos pássaros te ensine o que precisar saber
Voe com eles lindo anjo


Laroyê, KaôKabiecile e EpaBaba

Voe bem alto Lindo Anjo de Fogo


Abençoada Seja Sempre!

21 de julho de 2009

Cultura, espiritualidade e resistência.



Em meio a festas Juninas, festa de São Gonçalo, São Miguel, São Sebastião, Nossa Senhora Aparecida me deparei com a herança afro brasileira. Estranho falar em santos católicos e assimilá-los a cultura negra, isso talvez a primeira vista, mas com o passar do tempo fui aprendendo a identificar no cotidiano e na cultura que foi imposta a meu povo, minhas origens africanas.
Meu quilombo hoje em dia composto em grande parte por pessoas oriundas da cidade, contém intrínseca a cultura que ao longo dos séculos de escravidão direta ou indireta, lutaram para manter.
Em dias de tempestades fortes, em que meu coração batia acelerado, ouvia as tias dizendo: “Reze a Santa Bárbara fia”, ou então: “Jogue o tição de São João na chuva menina!”. Aí o que me chama atenção é a crença tão forte que meus “pretos e pretas velhas” tem em algo que na maioria das vezes desconhecem.

Aprendi a identificar no santo sobre a geladeira, aquele a quem é dado o primeiro trago de cachaça, o protetor dos caminhos, o dono as encruzilhadas que se entrelaçam, Exu.
Comecei a observar que antes mesmo de se batizar uma criança na igreja, antes de apresentá-la ao Deus dos cristãos, meu povo não deixa nunca de molhar ori (cabeça em ioruba) de seus “pequenos tesouros” em um olho d’água. Salve Oxum, mãe das águas doces, rainha da fertilidade, protetora das crianças. Em noites de trovões muito fortes, meu pai levanta em meio à madrugada, encontra minha tia benzendo a tormenta, vai até o local onde está guardado o machado, e indo até o quintal o crava na terra e em instantes durmo porque não há mais clarões no céu.
Depois de alguns anos, passei a observar essas práticas irredutíveis e suas - nossas- manifestações culturais reveladoras, como um papel de defesa e readaptação de laços da nossa história afro-brasileira, e de que não há nada tão forte quanto à espiritualidade de uma população, que sofre a dupla opressão enquanto quilombola e camponesa, e parte de um grupo racial inserido numa sociedade pluriétnica, mas desigual.



Não obstante passei a observar a ver meu povo com outros olhos. Não mais de compaixão, tão pouco aversão pelos longos anos de sofrimento que lhes foi imposto. Aprendi a admirar meu povo em seu modo simples de falar, pela forma com que riem espontaneamente, pela a força com que lutam para manter o que tem de mais importante. Aquilo que ainda os mantém em pé e com orgulho de bater no peito para dizer: “Sou negro, e essa terra é minha. Papai deixou pra mim.”
E foi assim que vi meu tio Joaquim, Seu geninho, Seu Sílvio, e que descansem em paz, com lágrimas nos olhos se despedindo de nós e dizendo: “Óia fia, ta vendo, tamo chegando no fundão!!”
O que faz com que essas pessoas estejam até hoje lutando, brigando, exigindo dignidade? É sua história, sua cultura, sua espiritualidade. As únicas coisas que nunca arrancarão deles. Sua existência jamais os abandonará. Nossa história jamais nos abandonará.